Peço desculpas por não enviar o gabarito das atividades postadas anteriormente, mas tentarei disponibilizar sugestões de respostas para as próximas postagens. Este está sendo um ano de muito trabalho e pouco tempo. Conto com a compreensão de todos. 28/11/16.

terça-feira, 24 de julho de 2012

Literatura - 6º ano: Conhecendo Ruth Rocha


Sequência Didática de Literatura - 6º ano: Conhecendo Ruth Rocha

Objetivos
·         Estimular o gosto pela leitura;
·         Desenvolver a competência leitora;
·         Desenvolver a sensibilidade estética, a imaginação, a criatividade e o senso crítico;
·         Conhecer a estrutura e o modo de organização do texto biográfico;
·         Conhecer / exercitar alguns elementos básicos da narrativa;
·         Conhecer/exercitar elementos básicos do texto poético;
·         Discutir relações de diferença / discriminação.

Conteúdos
·         Elementos da narrativa: narrador, enredo, personagens, tempo, espaço e tipos de discurso;
·         Elementos do texto poético: rima, verso e estrofe;
·         Conceito de biografia ;
·         Conceitos de real e imaginário;
·         Conceitos de Diferença, Tolerância, Preconceito e Discriminação.

Tempo estimado
·         Cinco a sete aulas

Ano
·         6º ano

Material necessário
·         Cópias da biografia de Ruth rocha para cada aluno;
·         Cópias do texto  A primavera da lagarta;
·         Cópias do texto Bom dia todas as cores;
·         Cópias de poemas extraídos do livro Toda criança do mundo mora em meu coração;
·         Texto O que os olhos não vêem;
·         CD Mil pássaros, com narração de Ruth Rocha e canções do grupo Palavra Cantada.

Desenvolvimento
1ª aula
·         Sondagem sobre o conhecimento prévio dos alunos sobre Ruth Rocha e leitura da biografia da autora;
·         Atividades sobre o texto biográfico;
·         Construção do conceito de biografia.

2ª aula
·         Distribuir cópias do texto A primavera da lagarta e pedir que os alunos façam a leitura;
·         Colocar o CD Mil pássaros para que os alunos ouçam a narração da história feita por Ruth Rocha;
·         Relacionar a história a situações reais em que pessoas sofrem constrangimento enquanto alvo de zombarias e calúnias.
·         Distribuir atividades de interpretação do texto.

3ª aula
·         Texto Bom dia todas as cores;
·         Ouvir com os alunos a narração do texto feita por Ruth Rocha no CD Mil pássaros;
·         Discutir com os alunos a questão das diferenças, o respeito pelo outro, a questão sobre as diversidades das etnias que temos no Brasil;
·         Identificar elementos da narrativa (espaço, tempo, personagens, narrador, enredo);
·         Interpretação do texto;

4ª aula
·         Leitura e interpretação do texto O que os olhos não vêem;
·         Identificação dos recursos poéticos utilizados no texto (verso, estrofe, rima);

Avaliação
·         A avaliação acontecerá a cada aula observando o desempenho dos alunos durante as atividades propostas.
·         Realização de atividade avaliativa envolvendo os conteúdos estudados.
·         Apresentação de trabalhos (recital, cartazes) para turmas do 6º e do7ª ano .

O que os olhos não vêem - Ruth Rocha - com interpretação


O que os olhos não vêem

Havia uma vez um rei
num reino muito distante,
que vivia em seu palácio
com toda a corte reinante.
Reinar pra ele era fácil,
ele gostava bastante.

Mas um dia, coisa estranha!
Como foi que aconteceu?
Com tristeza do seu povo
nosso rei adoeceu.
De uma doença esquisita,
toda gente, muito aflita,
de repente percebeu...

Pessoas grandes e fortes
o rei enxergava bem.
Mas se fossem pequeninas,
e se falassem baixinho,
o rei não via ninguém.

Por isso, seus funcionários
tinham de ser escolhidos
entre os grandes e falantes,
sempre muito bem nutridos.
Que tivessem muita força,
e que fossem bem nascidos.
E assim, quem fosse pequeno,
da voz fraca, mal vestido,
não conseguia ser visto.
E nunca, nunca era ouvido.

O rei não fazia nada
contra tal situação;
pois nem mesmo acreditava
nessa modificação.
E se não via os pequenos
e sua voz não escutava,
por mais que eles reclamassem
o rei nem mesmo notava.

E o pior é que a doença
num instante se espalhou.
Quem vivia junto ao rei
logo a doença pegou.
E os ministros e os soldados,
funcionários e agregados,
toda essa gente cegou.

De uma cegueira terrível,
que até parecia incrível
de um vivente acreditar,
que os mesmos olhos que viam
pessoas grandes e fortes,
as pessoas pequeninas
não podiam enxergar.

E se, no meio do povo,
nascia algum grandalhão,
era logo convidado
para ser o assistente
de algum grande figurão.
Ou senão, pra ter patente
de tenente ou capitão.
E logo que ele chegava,
no palácio se instalava;
e a doença, bem depressa,
no tal grandalhão pegava.

Todas aquelas pessoas,
com quem ele convivia,
que ele tão bem enxergava,
cuja voz tão bem ouvia,
como num encantamento,
ele agora não tomava
o menor conhecimento...

Seria até engraçado
se não fosse muito triste;
como tanta coisa estranha
que por esse mundo existe.

E o povo foi desprezado,
pouco a pouco, lentamente.
Enquanto que próprio rei
vivia muito contente;
pois o que os olhos não vêem,
nosso coração não sente.

E o povo foi percebendo
que estava sendo esquecido;
que trabalhava bastante,
mas que nunca era atendido;
que por mais que se esforçasse
não era reconhecido.

Cada pessoa do povo
foi chegando á convicção,
que eles mesmos é que tinham
que encontrar a solução
pra terminar a tragédia.
Pois quem monta na garupa
não pega nunca na rédea!

Eles então se juntaram,
Discutiram, pelejaram,
E chegaram à conclusão
Que, se a voz de um era fraca,
Juntando as vozes de todos
Mais parecia um trovão.

E se todos, tão pequenos,
Fizessem pernas de pau,
Então ficariam grandes,
E no palácio real
Seriam logo avistados,
Ouviriam os seus brados,
Seria como um sinal.

E todos juntos, unidos,
fazendo muito alarido
seguiram pra capital.
Agora, todos bem altos
nas suas pernas de pau.
Enquanto isso, nosso rei
continuava contente.
Pois o que os olhos não vêem
nosso coração não sente...

Mas de repente, que coisa!
Que ruído tão possante!
Uma voz tão alta assim
só pode ser um gigante!
- Vamos olhar na muralha.
- Ai, São Sinfrônio, me valha
neste momento terrível!
Que coisa tão grande é esta
que parece uma floresta?
Mas que multidão incrível!

E os barões e os cavaleiros,
ministros e camareiros,
damas, valetes e o rei
tremiam como geléia,
daquela grande assembléia,
como eu nunca imaginei!

E os grandões, antes tão fortes,
que pareciam suportes
da própria casa real;
agora tinham xiliques
e cheios de tremeliques
fugiam da capital.

O povo estava espantado
pois nunca tinha pensado
em causar tal confusão,
só queriam ser ouvidos,
ser vistos e recebidos
sem maior complicação.

E agora os nobres fugiam,
apavorados corriam
de medo daquela gente.
E o rei corria na frente,
dizendo que desistia
de seus poderes reais.
Se governar era aquilo
ele não queria mais!

Eu vou parar por aqui
a história a que estou contando.
O que se seguiu depois
cada um vá inventando.
Se apareceu novo rei
ou se o povo está mandando,
na verdade não faz mal.
Que todos naquele reino
guardam muito bem guardadas
as suas pernas de pau.

Pois temem que seu governo
possa cegar de repente.
E eles sabem muito bem
que quando os olhos não vêem
nosso coração não sente


1)      O texto que você leu foi escrito em verso. Sabendo que cada linha do poema é um verso e que cada conjunto de versos forma uma estrofe, responda:
a)      Quantas estrofes têm o poema?
b)      Todas as estrofes têm o mesmo número de versos?
2)      Um recurso sonoro muito utilizado em poemas é a rima. Rimas são repetições dos mesmos sons ao final das palavras. Releia as duas primeiras estrofes e escreva no caderno as rimas que encontrar.
3)      O texto afirma que o rei ficou doente. Qual era a doença dele?
4)      Comparando a história com a realidade, quem você acha que representa as pessoas grandes e fortes? E as pequeninas?
5)      O que acontecia com as pessoas que viviam junto ao rei?
6)      O que o povo fez para resolver o problema da cegueira do rei?
7)      As atitudes do rei e das pessoas próximas a ele são resumidas no provérbio “o que os olhos não vêem, nosso coração não sente”. Você conhece outro provérbio que possa resumir as atitudes do povo? Qual?
8)      O eu lírico (a voz que fala no poema) sugere que cada um vá inventando o que aconteceu depois que o problema foi resolvido. Invente o seu final para a história.

Bom Dia, Todas as Cores! - Ruth Rocha - Com interpretação


Bom Dia, Todas as Cores! - Ruth Rocha

Meu amigo Camaleão acordou de bom humor.
- Bom dia, sol, bom dia, flores,
bom dia, todas as cores!

Lavou o rosto numa folha
Cheia de orvalho, mudou sua cor
Para a cor-de-rosa, que ele achava
A mais bonita de todas, e saiu para
O sol, contente da vida.

Meu amigo Camaleão estava feliz
Porque tinha chegado a primavera.
E o sol, finalmente, depois de
Um inverno longo e frio, brilhava,
Alegre, no céu.
- Eu hoje estou de bem com a vida
- Ele disse. - quero ser bonzinho
Pra todo mundo...

Logo que saiu de casa,
O Camaleão encontrou
O professor pernilongo.
O professor pernilongo toca
Violino na orquestra
Do Teatro Florestal.
- Bom dia, professor!
Como vai o senhor?
- Bom dia, Camaleão!
Mas o que é isso, meu irmão?
Por que é que mudou de cor?
Essa cor não lhe cai bem...
Olhe para o azul do céu.
Por que não fica azul também?

O Camaleão,
Amável como ele era,
Resolveu ficar azul
Como o céu da primavera...

Até que numa clareira
O Camaleão encontrou
O sabiá-laranjeira:
- Meu amigo Camaleão,
Muito bom dia e você!
Mas que cor é essa agora?
O amigo está azul por quê?

E o sabiá explicou
Que a cor mais linda do mundo
Era a cor alaranjada,
Cor de laranja, dourada.

Nosso amigo, bem depressa,
Resolveu mudar de cor.
Ficou logo alaranjado,
Louro, laranja, dourado.
E cantando, alegremente,
Lá se foi, ainda contente...

Na pracinha da floresta,
Saindo da capelinha,
Vinha o senhor louva-a-deus,
Mais a família inteirinha.
Ele é um senhor muito sério,
Que não gosta de gracinha.
- bom dia, Camaleão!
Que cor mais escandalosa!
Parece até fantasia
Pra baile de carnaval...

Você devia arranjar
Uma cor mais natural...
Veja o verde da folhagem...
Veja o verde da campina...
Você devia fazer
O que a natureza ensina.

É claro que o nosso amigo
Resolveu mudar de cor.
Ficou logo bem verdinho.
E foi pelo seu caminho...

Vocês agora já sabem como era o Camaleão.
Bastava que alguém falasse, mudava de opinião.
Ficava roxo, amarelo, ficava cor-de-pavão.
Ficava de toda cor. Não sabia dizer NÃO.

Por isso, naquele dia, cada vez que
Se encontrava com algum de seus amigos,
E que o amigo estranhava a cor com que ele estava...
Adivinha o que fazia o nosso Camaleão.
Pois ele logo mudava, mudava para outro tom...

Mudou de rosa para azul.
De azul para alaranjado.
De laranja para verde.
De verde para encarnado.
Mudou de preto para branco.
De branco virou roxinho.
De roxo para amarelo.
E até para cor de vinho...

Quando o sol começou a se pôr no horizonte,
Camaleão resolveu voltar para casa.
Estava cansado do longo passeio
E mais cansado ainda de tanto
mudar de cor.
Entrou na sua casinha.
Deitou para descansar.
E lá ficou a pensar:
- Por mais que a gente se esforce,
Não pode agradar a todos.
Alguns gostam de farofa.
Outros preferem farelo...
Uns querem comer maçã.
Outros preferem marmelo...
Tem quem goste de sapato.
Tem quem goste de chinelo...
E se não fossem os gostos,
Que seria do amarelo?

Por isso, no outro dia, Camaleão levantou-se
Bem cedinho.
- Bom dia, sol, bom dia, flores,
Bom dia, todas as cores!

Lavou o rosto numa folha
Cheia de orvalho,
Mudou sua cor para
A cor-de-rosa, que ele
Achava a mais bonita
De todas, e saiu para
O sol, contente
Da vida.

Logo que saiu, Camaleão encontrou o sapo cururu,
Que é cantor de sucesso na Rádio Jovem Floresta.
- Bom dia, meu caro sapo! Que dia mais lindo, não?
- Muito bom dia, amigo Camaleão!
Mais que cor mais engraçada,
Antiga, tão desbotada...
Por que é que você não usa
Uma cor mais avançada?

O Camaleão sorriu e disse para o seu amigo:
- Eu uso as cores que eu gosto,
E com isso faço bem.
Eu gosto dos bons conselhos,
Mas faço o que me convém.
Quem não agrada a si mesmo,
Não pode agradar ninguém...
E assim aconteceu
O que acabei de contar.
Se gostaram, muito bem!
Se não gostaram, AZAR!
 

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1-  Escreva o nome de alguns personagens do texto.
2- Quem é o personagem principal do texto? Quais suas características?
3- Qual era a cor preferida do Camaleão?
4- O Camaleão mudou várias vezes de cor. Escreva uma dessas mudanças e porque ela a fez.
5- O Camaleão acordava de bom humor e cumprimentava as coisas ao seu redor. Como era esse cumprimento?
·         E você? Costuma cumprimentar as pessoas? Como?
6- Depois de fazer os gostos de todos, o Camaleão mudou de idéia. Mudou para a cor que mais gostava e disse ao sapo:
Eu uso as cores que eu gosto,
E com isso faço bem.
Eu gosto dos bons conselhos,
Mas faço o que me convém.
Quem não agrada a si mesmo,
Não pode agradar ninguém...
O que você achou das palavras do Camaleão? Concorda ou não com ele?
7- Agora vamos falar de você. Você costuma mudar de idéia ou fazer alguma coisa só porque os outros querem ou tem suas própria idéias? Escreva.
8- Qual mensagem o texto passou a você?
9- Identifique os elementos da narrativa seguindo as pistas abaixo:
a)      Espaço: Onde acontece a história ou o fato narrado? Que pistas se tem para poder identificar o espaço?
b)      Tempo: Quando acontece a história do Camaleão?
c)       Personagem: Quem participou da história? Quem o Camaleão encontrou?
d)      Narrador: Quem contou a história? Foi o camaleão?
e)      Enredo: O que foi contado? Sobre o que se falou? 

A primavera da lagarta - Ruth Rocha - com interpretação


A PRIMAVERA DA LAGARTA - RUTH ROCHA

_Grande comício na floresta! Bem no meio da clareira, debaixo da bananeira!
                Dona formiga convocou a reunião. _Isso não pode continuar!
_Não pode não! Apoiava o camaleão.
_É um desaforo. A formiga gritava. _É um desaforo!
_É mesmo. O camaleão concordava.
A joaninha que vinha chegando naquele instante perguntava: Qual é o desaforo, hein?
_É um desaforo o que a lagarta faz!
_Come tudo o que é folha! Reclamava o Louva-a-deus.
_Não há comida que chegue!
A lagartixa não concordava: _Por isso não que as senhoras formigas também comem.
_È isso mesmo! Apoiou o camaleão que vivia mudando de opinião.
_É muito diferente, depois a lagarta é uma grande preguiçosa, vive lagarteando por aí.
_Vai ver que a lagartixa é parente da lagarta. Disse o camaleão que já tinha mudado de opinião.
_Parente não! Falou a lagartixa. _É só uma coincidência de nome!
_Então não se meta!
_Abaixo a lagarta! Disse o gafanhoto. _Vamos acabar com ela!
_Vamos sim! Gritou a libélula. Ela é muito feia!
O Senhor Caracol ainda quis fazer um discurso: _É, minhas senhoras e meus senhores, como é para o bem geral e para a felicidade nacional, em meu nome e em nome de todo mundo interessado, como diria o conselheiro Furtado, quero deixar consignado que está tudo errado. Mas como o caracol era muito enrolado, ninguém prestava atenção no coitado.
Já estavam todos se preparando para caçar a lagarta.
_Abaixo a feiúra! Gritava aranha como se ela fosse muito bonita.
_Morra comilona! Exclamava o Louva-a-deus como se ele não fosse comilão também.
_Vamos acabar com a preguiçosa! Berrava a cigarra esquecendo a sua fama de boa vida.
E lá se foram eles, cantando e marchando:
_Um, dois, feijão com arroz, três, quatro, feijão no prato.
_Um, dois, feijão com arroz, três, quatro, feijão no prato.
Mas, a primavera havia chegado, por toda a parte havia flores na floresta, até parecia festa. Os passarinhos cantavam e as borboletas, quantas borboletas de todas as cores, de todos os tamanhos borboletearam pela mata. E os caçadores procuravam pela lagarta:
_Um, dois, feijão com arroz, três, quatro, feijão no prato.
_Um, dois, feijão com arroz, três, quatro, feijão no prato.
E perguntavam para as borboletas que passavam:
_Vocês viram a lagarta que morava na amoreira? Aquela preguiçosa, comilona, horrorosa.
As borboletas riam, riam, iam passando e nem respondiam. Até que veio chegando uma linda borboleta.
_Estão procurando a lagarta da amoreira?
_Estamos sim. Aquela horrorosa, comilona.
E a borboleta bateu as asas e falou:
_Pois, sou eu.
_Não é possível! Não pode ser verdade! Você é linda!
E a borboleta sorrindo explicou:
_Toda lagarta tem seu dia de borboleta, é só esperar pela primavera.
_Não é possível, só acredito vendo!
_Venha ver! Isso acontece com todas as lagartas. Eu tenho uma irmã que está acabando de virar borboleta.
Todos correram para ver. E ficaram quietinhos espiando. E a lagarta foi se transformando, se transformando até que de dentro do casulo nasceu uma borboleta.
Os inimigos da lagarta ficaram admirados
_É um milagre!
_Bem que eu falei. Disse o camaleão que já tinha mudado de opinião.
E a borboleta falou: _É preciso ter paciência com as lagartas se quisermos conhecer as borboletas.

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1.       Relacione de acordo com os significados:
( a ) convocou                       (    ) atrevimento
( b ) apoiava                          (    ) acaso
( c ) desaforo                         (    ) concordava
( d ) coincidência                   (    ) idéia
( e ) opinião                           (    ) chamou para reunião

2.       Quem conta a história?
(     ) Dona formiga                 (    ) Lagarta                (    ) Narrador(a)

3.       Quem é a autora do texto?
4.       Quem é a  personagem principal do texto?
5.       Por que Dona Formiga convocou um comício?
6.       Onde aconteceu a reunião dos animais?
7.       Por que o Camaleão sempre apoiava ou concordava?
8.       Por que os animais achavam que a lagartixa estava defendendo a lagarta?
9.       O que pensava a joaninha? E a lagartixa?
10.   No final, o que os bichos descobriram sobre a lagarta?

11.   Dê um adjetivo para cada animal:
Borboleta ________________________     Lagarta  __________________________
Caracol _______________________      Louva-a-Deus __________________________

12.   Escreva o nome do animal que falou cada uma das frases:
—  É um desaforo, o que a Lagarta faz! ________________________________
— É muito diferente. Depois, a Lagarta é uma preguiçosa. Vive lagarteando por aí...______________________
— Vamos acabar com a preguiçosa! ________________________
— Parente, não. É só uma coincidência de nome. ______________________________________

13.   Assinale ( V ) se for verdadeiro ou ( F )  se for falso:
(    ) A lagarta que morava na folha da amoreira havia desaparecido.
(    ) A borboleta bonita era a lagarta que eles estavam procurando.
(    ) Os caçadores encontraram a lagarta na folha de outra árvore.
(    ) Todos ficaram admirados com a transformação da lagarta.

14.   Justifique sua resposta:
Você marcou verdadeiro ou falsa nesta questão? Por quê? (    ) A lagarta que morava na folha da amoreira havia desaparecido.
15.   O que você achou da história? Por quê?
16.   O que você achou atitude dos bichos em relação à lagarta?
17.   Os bichos estavam certos em perseguir a lagarta?
18.   Os motivos que tinham eram suficientes para condená-la?

Atividades biografia de Ruth Rocha


História da Ruth
Ruth Rocha nasceu em 1931 na cidade de São Paulo. Filha dos cariocas Álvaro de Faria Machado, médico, e Esther de Sampaio Machado, tem quatro irmãos, Rilda, Álvaro, Eliana e Alexandre. Teve uma infância alegre e repleta de livros e gibis. O bairro de Vila Mariana, onde morava, tinha nessa época muitas chácaras por onde Ruth passava, a caminho da escola - estudava no Colégio Bandeirantes. Mais tarde, terminou o Ensino Médio no Colégio Rio Branco. 

É graduada em Sociologia e Política pela Universidade de São Paulo e pós-graduada em Orientação Educacional pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Casada com Eduardo Rocha, tem uma filha, Mariana e dois netos, Miguel e Pedro. 

Durante 15 anos (de 1956 a 1972) foi orientadora educacional do Colégio Rio Branco, onde pôde conviver com os conflitos e as difíceis vivências infantis e com as mudanças do seu tempo. A liberação da mulher, as questões afetivas e de auto-estima foram sedimentando-se em sua formação.

Começou a escrever em 1967, para a revista Claudia, artigos sobre educação. Participou da criação da revista Recreio, da Editora Abril, onde teve suas primeiras histórias publicadas a partir de 1969. “Romeu e Julieta”, “Meu Amigo Ventinho”, “Catapimba e Sua Turma”, “O Dono da Bola”, “Teresinha e Gabriela” estão entre seus primeiros textos de ficção. Ainda na Abril, foi editora, redatora e diretora da Divisão de Infanto-Juvenis. 

Publicou seu primeiro livro, “Palavras Muitas Palavras”, em 1976, e desde então já teve mais de 130 títulos publicados, entre livros de ficção, didáticos, paradidáticos e um dicionário. As histórias de Ruth Rocha estão espalhadas pelo mundo, traduzidas em mais de 25 idiomas.

Monteiro Lobato foi sua grande influência. Em sua obra, essa influência se traduz pelo seu interesse nos problemas sociais e políticos, na sua tendência ao humor e nas suas posições feministas. 

Seu livro de forte conteúdo crítico, “Uma História de Rabos Presos”, foi lançado em 1989 no Congresso Nacional em Brasília, com a presença de grande número de parlamentares. Em 1988 e 1990 lançou na sede da Organização das Nações Unidas em Nova York seus livros “Declaração Universal dos Direitos Humanos” para crianças e “Azul e Lindo – Planeta Terra Nossa Casa”.

Participou durante seis anos do programa de televisão Gazeta Meio-Dia como membro fixo da mesa de debates. 

Em 1998 foi condecorada pelo presidente Fernando Henrique Cardoso com a Comenda da Ordem do Mérito Cultural do Ministério da Cultura.

Ganhou os mais importantes prêmios brasileiros destinados à literatura infantil da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil, da Câmara Brasileira do Livro, cinco Prêmios “Jabuti”, da Associação Paulista de Críticos de Arte e da Academia Brasileira de Letras, Prêmio João de Barro, da Prefeitura de Belo Horizonte, entre outros.

Seu livro mais conhecido é “Marcelo, Marmelo, Martelo”, que já vendeu mais de 1 milhão de cópias.

Em 2002 ganhou o prêmio Moinho Santista de Literatura Infantil, da Fundação Bunge. Também nesse ano foi escolhida como membro do PEN CLUB – Associação Mundial de Escritores no Rio de Janeiro. 

Atualmente é membro do Conselho Curador da Fundação Padre Anchieta. 

1) Construa uma linha do tempo da vida da autora escrevendo, resumidamente, os acontecimentos de cada data abaixo:
1931:
1967:
1969:
 1976:
 1998:
2002:

2) O texto que você leu é uma biografia. Tente definir o que é biografia.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Origem dos contos de fadas


Era uma vez...
Georgina da Costa Martins

 Você gosta de contos de fadas? Eu sou fascinada! E foi por adorar as histórias de João e Maria, Cinderela, Chapeuzinho Vermelho e tantas outras que resolvi estudá-las. Comecei pesquisando sobre os países e as épocas em que elas surgiram. Fiz incríveis descobertas! Mas o que me interessou mesmo foi a possibilidade de aprender um pouco sobre a história das crianças do mundo por meio desses contos. Se você quiser saber o que  pesquisei e concluí, será meu convidado especial a partir de agora.
Os contos de fadas não tinham autores. Inventadas pelo povo, essas histórias eram contadas de uma pessoa para outro e para outra e para outra...  E, de boca em boca, acabaram conhecidas em diversos países.
Em 1697, quando no mundo ainda haviam muitos reis e rainhas dando ordens, um francês chamado Charles Perrault, que adorava contar histórias para as damas da corte, resolveu juntar todos os contos que conhecia e fazer um livro.  O título que ele escolheu alguns de vocês já devem conhecer: Contos da Mamãe Ganso. Mais de um século se passou e, em 1812, na Alemanha, dois irmãos chamados Wihelm e Jacob Grimm, que também gostavam muito de ouvir e estudar tais histórias, publicaram outro livro com mais contos ainda, os Contos da infância e do lar. Pois muito bem, aqui estou eu empolgada em falar dos contos de fadas, deixando de lado a minha pesquisa sobre a situação da criança. Mas é que tudo começou quando resolvi estudar um pouco a história da França do tempo de Charles Perrault. Veja só!
Nos tempos do rei Sol
Em 1697, o rei da França era Luís XIV, o conhecido como rei Sol porque seu palácio era todo ornamentado com ouro e brilhava como o Sol (cá pra nós, muito parecido com o palácio da história da Cinderela). Mas, apesar de o monarca ostentar todo esse luxo, seu povo passava fome e sofria muito por conta das doenças e guerras da época.
A maioria das famílias mal tinha pão para alimentar seus filhos — e pior: quando tinham o pão, este era feito com farelos, urtigas cozidas, sementes desenterradas e até carne de animais mortos pela peste negra — hoje chamada de peste bubônica —, doença transmitida pela pulga do rato que, na época, também causou a morte de milhares de pessoas.
Em meio a tanto sofrimento, as crianças eram ainda mais sacrificadas, uma vez que os pais, por não terem condições de criá-las, muitas vezes a abandonavam em estradas ou florestas, na esperança de que conseguissem um futuro melhor — o que, na maior parte dos casos, não acontecia.
Também era comum que as crianças fossem deixadas em orfanato. No entanto, por causa da superlotação desses lugares, muitas delas morriam por falta de cuidado, por causa da fome e de diversas doenças. Mesmo sabendo de tudo isso, as famílias não tinham escolha. Para elas, presenciar a morte dos filhos em casa deveria ser mais doloroso do que deixá-los nos orfanatos.
Dos contos de fadas para a realidade
Diante desses fatos históricos , comecei a entender porque em quase todos os contos de fadas aparece sempre o sofrimento infantil: criança que é expulsa de casa, que é obrigada a trabalhar, que é maltratada pela madrasta, que é aprisionada por bruxas e ogros, além de uma grande quantidade de meninas pobres que têm como última alternativa o casamento com príncipes.
Veja o exemplo do Pequeno Polegar: sete irmãos foram expulsos de casa porque os pais não tinham como alimentá-los. Essas crianças vão parar na casa de um ogro faminto (uma espécie de bicho papão), mas conseguem escapar graças à esperteza do Pequeno Polegar.
Uma outra história que também se refere ao abandono de crianças é a de João e Maria: dois irmãos são abandonados na floresta pelos pais, que não tinham como alimentá-los. O menino e a menina, depois de peregrinar pela mata, encontram uma casa feita de doces. Imagine você o que significaria para aquelas crianças encontrar uma casa dessa!
Entendeu agora a relação entre os contos de fadas e a realidade? É claro que essas histórias não estão falando de pessoas de verdade, não estou dizendo que existiu um João e uma Maria que foram abandonados pelos seus pais, nem mesmo um garotinho do tamanho de um dedo polegar. O que quero dizer é que, naquela época, era muito comum o abandono de crianças, e, como o povo costumava inventar histórias misturando fantasia com realidade, esses contos foram se proliferando.
A história que não mudou
            A essa altura, você deve estar imaginando a mesma coisa que eu quando comecei a pesquisa: que mesmo depois de tanto tempo, mais de trezentos anos depois de Charles Perroult ter recolhido aquelas histórias, a situação das crianças em nosso país (e em muitos outros) é ainda parecida com a de meninos e meninas daquele tempo. Por causa da miséria, pais continuam abandonando seus filhos pelas ruas, crianças se vêem obrigadas a trocar a escola pelo trabalho, meninas pobres que esperam encontrar seus príncipes encantados para salvá-las da fome acabam enganadas por adultos mal-intencionados...
            O lado triste da realidade é que nenhuma fada madrinha vai aparecer para transformar meninas pobres em princesas, muito menos meninos famintos vão encontrar casas feitas de doces. Embora eu desejasse ter uma varinha de condão para fazer com que a história de todas as crianças abandonadas tivesse um final feliz, estou certa de que essa realidade só mudará com o empenho de governantes e o apoio de toda a sociedade.
CIÊNCIA HOJE DAS CRIANÇAS, ano 13, n 99. Jan/fev. 2000.
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1)     Nesse texto, a autora apresenta suas descobertas sobe o mundo dos contos de fadas.
a)      Qual é o recurso usado por ela para chamar a atenção do leitor no início do texto? Copie em seu caderno o trecho correspondente.
b)     Logo no primeiro parágrafo, a autora faz um convite ao leitor. Que convite é esse?
c)      Considerando a linguagem usada pela autora, a que leitor esse texto se destina?
2)     Muitos contos de fadas têm um bosque como cenário principal. Levando em conta o texto Era uma vez..., responda:
a)      O que era comum acontecer nos bosques no século XVII?
b)     Pense em histórias como a de Chapeuzinho Vermelho ou a de João e Maria. O que o bosque representa nessas histórias?
3)     O castelo também é um ambiente presente em vários contos de fadas.
a)      O que ele representava no tempo do rei Sol, Luís XIV?
b)     Como ele é representado nessas histórias?
4)     Releia os primeiros parágrafos do texto e responda às seguintes questões:
a)      Quem eram os autores dos contos de fadas?
b)     Como surgiram esses contos?
c)      Quando surgiu o primeiro livro reunindo essas histórias? Quem foi o responsável por ele e qual o título do livro?
d)     Por que as informações dos itens anteriores foram dadas logo no início?
5)     O artigo que você leu é composto de quatro partes, indicadas pela presença dos intertítulos. Releia o texto, escrevendo, no caderno, qual a principal ideia apresentada em cada uma dessas partes. Oriente-se por este roteiro:
a)      A partir da frase “Os contos de fadas não tinham autores”.
b)     “Nos tempos do rei Sol”.
c)      “Dos contos de fadas para a realidade”.
d)     “A história que não mudou”.