Peço desculpas por não enviar o gabarito das atividades postadas anteriormente, mas tentarei disponibilizar sugestões de respostas para as próximas postagens. Este está sendo um ano de muito trabalho e pouco tempo. Conto com a compreensão de todos. 28/11/16.

quarta-feira, 7 de março de 2012

Interpretação de texto - A origem das estrelas

A ORIGEM DAS ESTRELAS

Os índios bororós de Mato Grosso explicam a origem das estrelas da seguinte maneira: há muito tempo, as mulheres de uma tribo saíram à procura de milho e levaram, em sua companhia, um menino. Acharam grande quantidade de espigas maduras. Debulharam, então, as espigas e socaram o milho, com o fim de fazer pão e bolo para os homens que tinham ido à caça.
O menino conseguiu subtrair uma porção de milho em grãos e, para esconder o furto,
encheu umas taquaras que havia preparado para isso. Voltando à sua cabana, entregou o milho à avó, dizendo:
- Nossas mães estão na mata fazendo pão de milho. Faz um para mim, pois desejo comê-lo com meus amigos.
A avó satisfez o neto. Quando o pão ficou pronto, ele e seus amigos o comeram. Depois, para não serem denunciados, amarraram os braços e prenderam a língua da velha. Em seguida, cortaram a língua do papagaio da casa e puseram em liberdade todos os pássaros criados na aldeia.
Temendo a ira de seus pais, os meninos resolveram fugir para o céu. Dirigiram-se para a floresta e chamaram o colibri. Colocaram no bico do passarinho uma corda muito comprida, dizendo-lhe:
- Pega esta corda e amarra a ponta neste cipó. A outra extremidade prenderás lá em cima, no céu.
O colibri fez o que foi pedido. Então, os meninos, um após o outro, foram subindo, primeiro pelo cipó e, depois, pela corda que o pássaro tinha amarrado na ponta do cipó.
Nesse momento, as mães voltaram e, não achando os filhos, perguntaram por eles à velha e ao papagaio. Não obtiveram, porém, nenhuma resposta. Nisso, uma das mães viu uma corda que chegava até as nuvens e nela pendurada uma longa fila de meninos, que subia para o céu.
Ela avisou logo às outras mulheres, e todas correram para a mata. Imploraram, chorando, aos filhos para que voltassem para casa, mas não foram atendidas. Os meninos continuaram a subir. Então, as mulheres, vendo que seus rogos eram inúteis, começaram também a subir pelo cipó e, em seguida pela corda.
O menino que tinha roubado o milho era o último da fila e foi, portanto, o último a chegar ao céu. Quando viu todas as mães agarradas à corda, cortou-a. As mulheres caíram umas sobre as outras e, ao atingirem a terra, transformaram-se em animais selvagens.
Como castigo pela sua monstruosa malvadeza, os meninos foram condenados a olhar, todas as noites, fixamente para a terra, para ver o que acontecera a suas mães. Seus olhos são as estrelas.

In: SANTOS, Theobaldo Miranda – Lendas e mitos do Brasil. São Paulo : Companhia Editora Nacional, 2004.

1)    Revendo o primeiro parágrafo é possível determinar em que tribo e em que época aconteceram os fatos narrados? Por quê?
2)   Ainda no primeiro parágrafo, o que é possível descobrir sobre a organização social em uma tribo?
3)   Observe que, a partir do segundo parágrafo, surge um elemento desestabilizador, ou seja, algo que determinará um novo rumo para a narrativa. O que acontece?
4)   A possibilidade de receber um castigo leva os meninos a cometer erros ainda mais graves do que o primeiro. Qual sua opinião sobre os atos praticados pelas crianças?
5)   A história explica o surgimento das estrelas como resultado de um castigo. A que os meninos foram condenados?
6)   É adequado afirmar que a única intenção dessa história é explicar a origem das estrelas? Explique sua resposta.


GABARITO:

1) Não é possível determinar porque os dados são imprecisos, pois dizem que tudo aconteceu “há muito tempo” e em “uma tribo”.
2) As mulheres eram responsáveis pela preparação da comida, enquanto os homens se encarregavam da caça. Às crianças não cabia uma tarefa especial.
3) O menino que acompanhou as mulheres pega, se permissão, uma porção de milho.
4) Resposta pessoal.
5) Os meninos foram condenados a olhar fixamente para a terra, todas as noites, para ver o que tinha acontecido as suas mães.
6) Não, porque o texto leva a uma reflexão sobre os atos dos meninos, seus reflexos para toda a comunidade, tirando desse episódio um ensinamento para a vida.
Língua portuguesa, 6º ano/Cristina Soares de Lara Azeredo; ilustrações: Circus Projetos Criativos... [ET. AL] – Curitiba: Ed. Positivo; 2009.

terça-feira, 6 de março de 2012

Exercícios adjetivos - EM


Leia o anúncio.
(Atrevida, ano IV, nº 41.)

1)      Tanto no enunciado da parte superior do anúncio quanto no da parte inferior, destaca-se o emprego de adjetivos ou de locuções adjetivas.
a)      Identifique os adjetivos e locuções adjetivas empregados nos dois enunciados.
b)      Considerando a intencionalidade do texto, isto é, a finalidade com que ele foi criado, justifique o predomínio dessa classe gramatical.

2)      O enunciado da parte superior do anúncio apresenta intencionalmente uma ambiguidade. Sem levar em conta a imagem, responda.
a)      Qual parece ser, em princípio, “o sonho de toda mulher”?
b)      Cruzando o texto com a imagem, que novo sentido ganha esse sonho?

3)      Os adjetivos bonito e gostoso e a locução adjetiva com recheio participam da construção da ambiguidade, pois podem se referir tanto a uma pessoa quanto a um alimento. Supondo que se refiram a uma pessoa, o que seria uma pessoa “com recheio”?

4)      O adjetivo incrível significa “aquilo que não é crível, isto é, aquilo em que não se pode crer”.  No entanto o uso constante dessa palavra, principalmente em anúncios publicitários, tem modificado o seu sentido original. Que outros sentidos essa palavra pode apresentar na expressão “incrível calda de morango

5)      No canto esquerdo inferior, abaixo da vaquinha, se lê: “ a mais tenra tentação”.
a)      Como é próprio da linguagem publicitária, o texto é econômico, não explicitando a que substantivo se refere o enunciado. No entanto é preciso depreendê-lo pelo contexto. Qual é esse substantivo?
b)      Em que grau está o adjetivo tenra?
c)       Por que esse grau é comum em textos publicitários?

GABARITO:

1)      a) adjetivos: bonito, gostoso, novo, incrível, crocante, delicioso; locuções adjetivas: com recheio, de baunilha, de morango.
b) Sendo o anúncio um texto publicitário, cuja finalidade é promover um produto (no caso, um sorvete), é natural que se empreguem adjetivos capazes de ressaltar as qualidades positivas do produto.

2)      a) Encontrar o homem ideal, que reúna as características “bonito, gotoso e com recheio”.
b)O de que o sonho feminino é saborear um sorvete que reúna essas qualidades.

3)      Uma pessoa “com conteúdo”, isto é, que não seja apenas bonita, mas que tenha também qualidades interiores: caráter, inteligência, sensibilidade, etc.

4)      Entre outras: maravilhosa, saborosa, insuperável.

5)      a)É a palavra Milka, nome do produto, que aparece na vaquinha que está acima da frase.
b)No grau superlativo relativo.
c)porque frequentemente os anunciantes destacam seu produto como o melhor entre todos (daí as construções “o/a mais...”).

Português - linguagens:volume 2/ Willian Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. - 7. ed.reform. - São Paulo: Saraiva, 2010.

domingo, 4 de março de 2012

Pré-modernismo - exercícios

1)  Observe a seguinte declaração sobre o Pré-Modernismo:

Creio que se pode chamar pré-modernismo (no sentido forte de premonição dos temas vivos em 22) tudo o que, nas primeiras décadas do século, problematiza a nossa realidade social e cultural.
                                      BOSI, Alfredo. "História concisa da literatura brasileira". São Paulo: Cultrix, 1994. p. 306.
Atente agora para o que se afirma a respeito de algumas obras e autores brasileiros e assinale a alternativa cujo conteúdo NÃO contempla a síntese crítica de Alfredo Bosi:


a) Um dos grandes temas de "Os Sertões" é a denúncia que Euclides da Cunha faz sobre o crime que a nação brasileira cometeu contra si própria na Guerra dos Canudos.
b) Monteiro Lobato imortalizou o personagem Jeca Tatu, transformando-o no símbolo do caipira subdesenvolvido que vive na indolência e pratica sempre a "lei do menor esforço".
c) Mário e Oswald de Andrade notabilizaram-se como os grandes líderes da revolução de 22 e, portanto, do processo de ruptura em relação à tradição intelectual, libertando a literatura brasileira da "calmaria" em que se encontrava.
d) Lima Barreto expressou sempre o inconformismo face às injustiças sociais e, na obra "Triste Fim de Policarpo Quaresma", construiu uma imagem caricata do Brasil com todas as suas contradições.
e) Em "Os Sertões", Euclides da Cunha opõe o homem do sertão ao homem do litoral, acentuando-lhes as diferenças econômicas e socioculturais.

2) "(...) esta aparência de cansaço ilude. Nada é mais surpreendedor do que vê-la desaparecer de improviso. Naquela organização combalida operam-se, em segundos, transmutações completas. Basta o aparecimento de qualquer incidente exigindo-lhe o desencadear das energias adormecidas. O homem transfigura-se."

Assinale a frase que, retirada de "Os sertões", sintetiza o trecho citado.
a) "é o homem permanentemente fatigado"
b) "o sertanejo é, antes de tudo, um forte"
c) "a raça forte não destrói a fraca pelas armas, esmaga-a pela civilização"
d) "Reflete a preguiça invencível (...) em tudo"
e) "a sua religião é como ele - mestiça"

 
3) (Uespi-PI) Leia atentamente os enunciados abaixo a respeito da produção literária brasileira considerada pré-modernista.
1) Trata-se de um período de transição, em que os escritores, apesar de ainda guardarem traços das
estéticas realista, naturalista ou parnasiana, expressam um viés crítico que será explorado pelos modernistas.
2) O nacionalismo pré-modernista identificava-se com o da primeira geração romântica, em que autores como Gonçalves Dias e José de Alencar idealizavam as origens e a constituição do povo brasileiro.
3) Na poesia, Augusto dos Anjos foi uma das expressões mais relevantes, representando uma poética de caráter mais objetivo e concreto, como será, décadas após, a produção de João Cabral de Melo Neto.
Está(ão) correta(s):
a) 1 e 2 apenas          b) 3 apenas          c) 1 apenas         d) 1, 2 e 3              e) 2 e 3 apenas

 
4) (PUC-RS) Para responder à questão 32, leia o fragmento do conto “Negrinha”, de Monteiro Lobato.

Negrinha era uma pobre órfã de sete anos. Preta? Não; fusca, mulatinha escura, de cabelos ruços e olhos assustados.
Nascera na senzala, de mãe escrava, e seus primeiros anos vivera-os pelos cantos escuros da cozinha, sobre velha esteira e trapos imundos. Sempre escondida, que a patroa não gostava de crianças.
...................................................................................................................
E tudo se esvaiu em trevas.
Depois, vala comum. A terra papou com indiferença aquela carnezinha de terceira – uma miséria, trinta quilos mal pesados...
E de Negrinha ficaram no mundo apenas duas impressões. Uma cômica, na memória das meninas ricas.
– “Lembras-te daquela bobinha da titia, que nunca vira boneca?”
Outra de saudade, no nó dos dedos de dona Inácia.
– “Como era boa para um cocre!...”
.......................................................................................................................
Considerando o fragmento anterior, é correto afirmar:
a) Em “Negrinha”, conto-título de livro de Monteiro Lobato, editado em 1920, o autor apresenta, de forma crítica e mordaz, o tratamento cruel a que é submetida a pequena escrava, maltratada até a morte.
b) Para o pré-modernista Monteiro Lobato, a infância é um período a ser celebrado pela alegria e vontade de viver, tema que anima o conto “Negrinha”.
c) Como escritor romântico, Monteiro Lobato cria a personagem Negrinha como aquela que dá alegrias a Dona Inácia, sua patroa, por estar sempre a seu lado.
d) Negrinha é uma das personagens mais marcantes da literatura infantil de Monteiro Lobato, o autor que inaugurou o gênero no Brasil.
e) No conto “Negrinha”, Monteiro Lobato relembra uma pequena companheira de infância, vizinha das terras de seu avô.
5) (UFRRJ) Fragmento de Triste fim de Policarpo Quaresma
"Policarpo era patriota. Desde moço, aí pelos vinte anos, o amor da Pátria tomou-o todo inteiro. Não fora o amor comum, palrador e vazio; fora um sentimento sério, grave e absorvente. ( ... ) o que o patriotismo o fez pensar, foi num conhecimento inteiro de Brasil. ( ... ) Não se sabia bem onde nascera, mas não fora decerto em São Paulo, nem no Rio Grande do Sul, nem no Pará. Errava quem quisesse encontrar nele qualquer regionalismo: Quaresma era antes de tudo brasileiro."
BARRETO, Lima. "Triste fim de Policarpo Quaresma". São Paulo: Scipione, 1997.
Este fragmento de "Triste Fim de Policarpo Quaresma" ilustra uma das características mais marcantes do Pré- Modernismo que é o:
a) Desejo de compreender a complexa realidade nacional.
b) nacionalismo ufanista e exagerado, herdado do Romantismo.
c) resgate de padrões estéticos e metafísicos do Simbolismo.
d) nacionalismo utópico e exagerado, herdado do Parnasianismo.
e) subjetivismo poético, tão bem representado pelo protagonista.

6) (UNOPAR-PR) A linguagem de seus poemas é marcada por um vocabulário antipoético: escarro, verme, morcego, etc. Seus temas preferidos são a ingratidão do ser humano, a putrefação dos cadáveres. São dele os famosos versos: “a mão que afaga é a mesma que apedreja”. Trata-se de
a) Vicente de Carvalho.  
b) Luís Vaz de Camões. 
c) Augusto dos Anjos.   
d) Vinicius de Moraes.    
e) Manuel Bandeira.

7) (UFRGS-RS) Uma atitude comum caracteriza a postura literária de autores pré-modernistas, a exemplo de Lima Barreto, Graça Aranha, Monteiro Lobato e Euclides da Cunha. Pode ela ser definida como
a)  a necessidade de superar, em termos de um programa definido, as estéticas românticas e realistas.
b) pretensão de dar um caráter definitivamente brasileiro à nossa literatura, que julgavam por demais europeizadas.
c) a necessidade de fazer crítica social, já que o realismo havia sido ineficaz nessa matéria.
d) uma preocupação com o estudo e com a observação da realidade brasileira.
e) aproveitamento estético do que havia de melhor na herança literária brasileira, desde suas primeiras manifestações.